Meu adeus
Foste tu,
que me ensinaste,
com tua calma epiléptica,
que se pode viver como as flores,
que com beleza murcham,
seguras em teus espinhos
indolentes ao mal verdadeiro,
e morrem...
como se fosse morrer,
a única tristeza.
Que o canto de mil pássaros te acompanhe
ao campo mais florido
de terra úmida
e fértil
donde tua alma
esquecida da luz
se encontre com a paz incondicional
como a da flor de cerejeira que nasce
antes das folhas.
Para o meu avô florista
que atravessou o Atlântico em 1959, a conselho de uma cartomante
que lhe prometera cura de seus ataques de epilepsia com essa viagem...
viagem que me trouxe a este mundo...
de preces iguais,
de fontes reais,
de verdades fugazes.