domingo, setembro 09, 2007:

O SOM DOS SONHOS
Se tudo fica com cara de usado,
reciclamos mesmo assim...
e outros lixos amontoamos,
inúteis mesmo antes de serem
lixos que viraram enfim.
Joga um ácido forte
pinta de castanho, cobre.
Cela com verniz,
passa o pano seco,
que nem a fina poeira se esconde,
embaixo do nariz.
Eu experimento a raiz forte,
o café amargo,
o whiskey sem gelo.
Trago fundo
mergulho sempre sem esforço
até faltar o fôlego.
E o que descubro...
Tudo vira lixo,
ou já era desde o início?
Usado.
Repasso então o filme,
outras versões,
enganosamente novas...
mas que faz a pressa
se não esquecer de tudo?
E eu que não aprendi
deixar de sentir
o tal desejo já gasto,
busco a música dos sonhos
mesmo sabendo que dentro deles
nunca vou ouvir.
Faz me rir, pressa querida
Faz me ir, onde nada ainda é
o que parece.
Claudia "In Stereo" // 5:38 PM
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