segunda-feira, janeiro 21, 2008:

CARTA PARA ELISE
Não Elise, tu não se pareces em nada
com esse seu absorvente usado,
manchado pelos restos
de um sonho frustrado.
Sujos e desalmados,
Culpados por toda dor que sentes
São esses seus velhos hábitos
sempre os mesmos, sonhos viciados
crendo que tudo será inovado
e os dias diferentes.
Ousadia ingênua, ouça!
É só a ti que mentes...
Descarte toda essa roupa,
e essa maquiagem de quinta.
Fantasias são rasgadas
na quarta-feira de cinzas,
ou guardadas em caixa ermética,
pra que nem o cheiro sintas.
Nada tens a fazer,
nem teu pranto, quero que finjas.
Feche esse zíper depois da descarga
e junto, seu peito em chamas
de medo, amor e chagas.
De olhos secos e não mais agaixada,
vais olhar o espelho
e verás que foi no tempo,
não mais apaixonada,
que todo desencanto ocorreu.
Estavas escondida,
no que ele prometeu.
Com a dúvida, entorpecida,
confesse agora, nem a ti convenceu.
Naquela noite sabias,
quando sem te olhar,
ele adormeceu,
nem seus olhos, nem seu colo
nem o alívio de um adeus.
Aquele homem ali ausente
já não era mais teu!
Claudia (leia ouvindo Letter to Elise, The Cure... não, isso não é uma tradução!)
Claudia "In Stereo" // 10:44 PM
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