domingo, julho 13, 2008:
Eu temia que nunca seria de um só meu coração
Havia muito a se perder numa única devoção
Como se o amor fosse um bem maior e só meu
aos outros, um calor por gratidão.
Meu ego, um gigante ao espelho
Minha vida, solidão e desespero.
Um tempo se passa e o medo cai a máscara
agora é de tanta dor que meu peito se embriaga
quem um dia se via algoz da vaidade ingrata
hoje era um cordeiro, que num adeus
abriu profunda chaga.
Espera grande, por pobre fim
que leve então a mágoa
que me faz escrava em mim
pois nenhum deslize eu tive,
pro castigo se impor assim.
Solidão e desespero, agora
seu nome é culpa
saio eu em vista da nova
capa, cara ou catacumba.
Encontro-me a uma não tão nova luz
que de escusa e clara, me seduz
mas que apaga tão logo me convida
a outra espera, mesma cruz!
Não te vejo mais,
não me isolo, nem desespero
meu nome agora é meu
não moro na rua dos bobos
nem tão pouco, número zero
se de tudo faz passado,
o que do tempo espero?
Eis que a vida põe-se em voltas
e surge um branco livro capa dura
com finas folhas de fácil dobras,
fotografias iguais as minhas
histórias soltas, gêmeas sobras.
Ponho-me a escrever-te
de sonhar, vivo a ter-te
a ti, não temo guardar
um coração cansado por não ver-te
Solidão e desespero
surgem antes do previsto
meu amor, só não me peça
outra espera que desisto.
Claudia "In Stereo" // 8:59 PM
______________________