quarta-feira, dezembro 05, 2007:

ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA
Tantas velas já se derreteram sobre sua cabeça
a parafina dura já engloba o pavio
e elas não mais se acendem...
se moldaram em placas como icebergs
parecendo que flutuam sobre águas paradas
escondendo montanhas encantadas
aos pés desses meninos de asas
tão tristes e descalços...
tão parados quanto as águas...
Não se assente mais, meu caro
sob essa porta que não está aberta
sob essa sombra fria de pontes que se movem
e você nunca sabe como se brecam
e nem pra onde as levam
não sabes nem porque nelas pixaram
"FORA MARTA"...
Fora marta ou fora morta
sua última casa
também não se lembra
nem do trago
nem do estrago
só sabes que ora escuro,
ora claro
As horas que nunca passam
a fome que não se desculpa e antes ria.
O cobertor molhado quando há chuva
é só quente sobre o asfalto meio-dia.
Será domingo ou feriado
março, agosto ou 1976...
se breve já é logo
tanto faz ou fez
tudo é passado
...alguém pulou sua vez.
Mas das velhas casas se lembra bem...
e de todas e quantas casas já se passaram
depois da vírgula
do seu zero vintem.
Claudia "In Stereo" // 3:35 PM
______________________